sexta-feira, outubro 12, 2007

Me dê "feliz dia das crianças"

Eu fui no show do pato fu, aquela minha musica tocou novamente e eu fiquei feliz. Não pela musica em si, mas vi que não cresci, como posso ser tão ridiculamente infantil? como posso ainda acreditar em contos de fadas? Daqueles que a mamãe ainda contava pra mim ou alugava um vídeo para ficar quietinho na frente da tv enquanto ela fazia seus afazeres no finais de semana...

As vezes me pergunto se isso é normal, poxa eu tenho quase 25. o que seria ter quase 25? Não sei ao certo mas a verdade é que com 25 ninguém acredita em contos, fadas, bruxas, princesas, castelos, etc. Mas eu ainda acredito! E acredito em finais felizes, mesmo que esse meu roteiro esteja mais para uma "novela mexicana" que um "conto de fadas" eu não deixo de acreditar. Eu acredito que no fim das contas, de tudo, aprende-se algo e que definir "sorte" ou "azar" depende do ponto de vista de cada um e do tempo em que acontece.

Acredito em contos de fadas, desses em que se tem uma história de amor e ambos lutam contra as circunstâncias para ficarem juntos, circunstâncias essas que hoje pode ser representada pela dificuldade de adaptação no trabalho, nos horários, na falta de grana, pela família, pelo preconceito, etc. Que durante um beijo seria o final de um "felizes para sempre" e logo depois subiria um letreiro.

Não sei ao certo quando será o meu "felizes para sempre" mesmo que seja uma noite, uma hora, um minuto, numa rapidinha, num carro durante uma viajem, num hotel, catando conchinhas na praia, num cinema,... eu acabo sempre romantizando a vida e acreditando que na cena seguinte virá o "felizes para sempre" porque o meu estado de felicidade é grande e acho que é o momento ideal para tal.

O pior é saber que meu estado de felicidade pode durar tão pouco porque vem um roteirista maluco, que eu não entendo o que ele quer, mas faz um filme seguinte, e esta pode começar ser rodado nos meses seguintes, ou um segundo depois, logo após uma comanda paga, uma conta de hotel ou até no mesmo local durante uma troca de musica. Ele resolve mudar toda minha vida e todos os personagens, só não muda á mim. Nisso continuo a romantizar a vida, a cada filme novo, a cada personagem novo, a cada abraço apertado, a cada ligação de preocupação, a cada cinema, a cada viajem, a cada conchinha...

Minha doença é infantil. É acreditar que cedo ou tarde alguém vai me tirar dessa minha vida chata e que trará emoção e cores. Mas acho que estou crescendo... troquei os contos pelos filmes europeus, porque quase sempre os finais não sejam tão animadores quanto os contos, mas são realistas e se antes o drama que eu fazia para justificar minha carência e me afundar na minha depressão, hoje estou aprendendo olhar com outros olhos ou já fazia isso, afinal eu continuo "distraindo a verdade e enganando o coração".

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