domingo, setembro 30, 2007

Um perdão e Adeus

Ontem eu chorei. Não pelo fato em si. Mas chorei a dor de ser humano, da arrogância, do orgulho, da soberba, e de fato "a perda". Perda não da pessoa em si, mas da posiibilidade de reconciliação. Para quem não entendeu o fato é que logo pela manhã eu recebi uma notícia e não sei se eu deveria ter ficado triste ou indiferente. Mas a verdade é que eu chorei.

Alexandre dizia "Esperar o melhor de todo mundo é arrogância" sim eu acredito então que eu seja muito arrogante. Eu esperava sim, que cedo ou tarde você me procurasse nem que fosse em seu leito de morte, tipo cena de enlatado americano ou aquela novelinha fajuta e que lá você iria pedir perdão pela sua ausência na minha vida e por não ter feito seu papel. Eu chorei! Nunca me imaginei chorando por você, porque eu sei que você não merecia uma lágrima minha.

Você foi embora da minha vida e eu sempre fiquei em pé. Sempre disse que não precisava da sua figura ao meu lado, que sua presença era algo desnecessária e que eu nunca procuraria você. Afinal quem se foi, foi você. Sempre achei que o tempo resolveria tudo entre nós, e no fundo um dia nós estariamos com os olhos no olhos e resolveriamos nossas diferenças e indiferenças. Mas a vida é irônica nem tivemos tempo para um ultimo Adeus. Afinal a vida simplesmente não nos dá tempo!

Mas a vida não permitiu isso, essa semana mesmo você sabendo que partiria não me procurou, nem ao menos para olhar nos meus olhos e dizer "me perdoa". Nosso orgulho, soberba e arrogância impossibilitou tal aproximidade, você não tentou eu também não. Mas mesmo distante você era meu herói, agora descubro que era de brinquedo, que você morreu como todos os homens da minha familia, com um cancer. Minha esperança era você, afinal dizem que isso é genético. Mais uma chance de me salvar disso se foi com você. Por irônia do destino o cancer era na boca, tal boca que proferiu tanta maldição na minha vida.

Não me surpreende sua solidão. Encontrado já em estado de decomposição sozinho em seu apartamento fedido, tanto quanto fedia sua alma, negando tudo e todos que estavam no seu passado e aquilo que você havia gerado. Hoje eu chorei a possibilidade de reconciliação que foi perdida com o Oscar, o cara que um dia teve um título de "Pai". Porque a perda do meu pai... essa eu sofri ha 17 anos atrás. A vida definitivamente não é uma novelinha fajuta ou um enlatado americano com final felizes. Mas eu quero que você vá em paz, sabendo que eu senti sim a sua falta e a falta daquilo que eu não tive, daquilo tudo que você, só você poderia ter feito e não fez, vá em paz e vá com o meu perdão, embora eu acredite que agora, de nada vale!

sábado, setembro 29, 2007

Casado com a Saudade

Esta madrugada acabe de ler "o segredo" e me bateu uma vontade de escrever algo bom, algo positivo, algo que possa mudar meus dias todas as manhãs. Eu não se oque raio existe naquele livrinho, parece a receita mágica para um futuro bom e feliz. Eu queria realmente ser assim, feliz e pensar sempre no "sim", no positivo, no otimismo...

Mas definitivamente eu juro que tento, o "segredo" não há nada nele novo em que eu já não tenha lido antes, mas é uma forma tão otimista, tão alegre que até me contaminei em querer ser um pinguinho assim de positivista. Não que eu seja negativista acho que não, posso até me sentir carentão, as vezes, mas negativo não, se não eu não estaria rodeado de amigos, eventos, pops, vips, etc e tal.

Eu sei, dizem que todo pessoa carente tem uma cama cheia de almofadas e deve ser verdade, a minha pelo menos é. E todas as noite eu me agarro em uma daquelas almofadas e fico imaginando abraçar você. Nem sei porque faço isso... mas gosto de imaginar que você também faz o mesmo, que você se agarra ao seu travesseiro, aquele em que eu dormi e tenta sentir meu cheiro ou o nosso, lambe os lábios tentando perceber se na sua boca ainda tem o gosto do meu beijo, um gosto de orvalho tabaco ou saliva? nunca sei ao certo, nunca me amei ao ponto de me beijar. O certo é que eu casei e estou casado com a solidão meu nome se junta ao sobrenome Saudade.

Minha imaginação aflorada gosta de pensar que um dia você vai levantar e perceber que comigo você era mais feliz, que você vai voltar a rir do meu modo de falar "iogurte", da cidadezinha "tromba larga", que eu vou cantar pela janela do carro a música tema do filme "duets", você vai segurar minha mão e que vamos rir das suas licensas poéticas. Sempre tive medo delas, eram tantas que bem que você poderia abrir uma licensa para minha poesia na sua vida novamente.

Mas tanta imaginação só poderia me manter acordado e olha lá, já são 6:30 e esta na hora de levantar, Que raios! E só nessas horas que eu consigo odiar você, odeio não mais que odeio a mim, afinal perdi mais uma noite traindo minha melhor amante a "Sra. solidão saudade" e acabei traindo ela com você. Então levanto de mais uma noite concordando com o nietzsche quando diz: "odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia"

domingo, setembro 23, 2007

mais um putinho desses, assim como outro qualquer

Minha irmã namorou um cara, eles eram felizes, não sei se era o ciumes ou se era o recalque mas infelizmente eu olhava a relação dos dois e desacreditava, ela colocando gasolina no carro dele para sairem juntos, eu achava um absurdo, porque afinal de contas eu sempre pensei "se não tem dinheiro não namora" pois é, ele trabalhava quando eles se conheceram ... alguns anos mais tarde caiu meu escarro bem na minha testa, eu me vi começando um relacionamento do qual eu acreditava, porém eu havia perdido o meu emprego também, e aquele meu pensamento surgiu "se não tem dinheiro não namora".

Eu sugeri logo de início, "vamos parar", "dar um tempo", "quando eu voltar ativa voltamos" ...não sei, mas quando eu ouvi "eu trabalho 12 horas para gastar, para me divertir com quem eu amo" devo admitir que foi confortante, porém foi meio estranho... amor logo no começo, assim de cara, e frases desse estilo para me dar segurança, para que eu acreditasse que estava tudo bem... ou ao menos terminaria bem aquela minha má fase.

Definitivamente meses depois eu tive certeza ou eu era mais um putinho desses, assim como outro qualquer ou um completo idiota. Porque eu ouvi da sua boca (a mesma que disse aquilo tão romanticamente) um sonoro "eu não namoro um vagabundo"... não sei, aquilo me pareceu um grande facada em minhas costas, e nem sei porque eu senti toda a dor do mundo, se a hipocresia nem era minha, afinal, uma coisa dita assim, na lata tão alta e só para fazer doer mesmo, entre contradições eu digo que fui um idiota, idiota sim em acreditar naquilo tudo, e chorei a dor de ser um grande idiota que parecia mais um putinho, desses como outro qualquer, me arrependi em ter acreditado em falsas afirmações ou pelo menos acreditar que existisse alguém que não banalizasse a palavra amor.

O pior foi saber que o motivo maior da nossa separação era sua incapacidade de sustentar uma relação sem grana, ali estavamos nós sem dinheiro e como um putinho desses como outro qualquer, que não se podia bancar mais, levei mais um pé na bunda. Mas vamos em frente de volta ao calçadão pegue a senha para o proximo. Afinal eu era só mais um putinho assim como outro qualquer e dias depois, estaria sugando outra pessoa, não é mesmo!

Mais idiota foi quando eu ouvi uma declaração aos quatro cantos do mundo "com amigos em qualquer lugar", sim! Me senti mais uma vez um putinho assim como qualquer outro, afinal eu não era amigo... e sim mais um putinho desses, assim como aqualquer outro, que se leva para festas e para a cama... qualquer lugar só com amigos, porque com o putinho aqui, não podia ser uma peça de teatro, um cineminha sabado a tarde ou até mesmo um showzinho domingo á tarde, sempre com objeções e reclamações. Os programinhas eram "piegas", as "filas", a "lotação" e velhas desculpinhas amarelas... "com amigos em qualquer lugar" mas com o putinho aqui só festas e cama... Enfim... vamos lá, seguir em frente mais uma vez de volta ao calçadão e pegue a senha para o proximo cliente, afinal o importante é ter catiguria!

sábado, setembro 22, 2007

Mundo da Lua.9

Olha eu aqui, diretamente do mundo da Lua, com minha Luneta só observando, observando (porque adoro gerundio, acho digno) as loucuras desse palco de atores hipócrias e personagens patéticos, onde se confundem uns com outros facilmente.

Segue mais uma palhaçada do nosso conselho que resolveu gastar mas dinheiro abrindo o quarto processo contra o Sr. Renan, ele mal comemora a vitória anterior com a famosa pizzada e já chega mais uma noticia dessas para abala-lo, tadinho! E o "p" de pizzada me lembra a nova sigla da Policia militar, depois que mais de trinta pessoas morreram pelo grupo "eu sou a morte" onde 20 PMs são suspeitos de integrar ao grupo, mudou o "PM" de "Policia Militar" virou "Pah, Morreu!".

E ao falar em morte, quem pasar pela Av. Paulista saiba que a bruxa esta solta por aqueles lados, essa semana duas pessoas ficaram feridas em assalto no metrô Trianon-Masp e no mesmo Masp, também um garoto de 14 anos morreu, caindo de uma altura de 15 metros. Prefeitura joga a culpa no museu e o museu na prefeitura, como é a quinta morte no local creio que vá terminar como no caso do nosso amigo Renan, em pizza!

E se chorar não vale a pena, vamos rir que rir é o melhor remédio, eu descobri que quero ser corno! Pois é! Além de ganhar um belissimo acessório, um par de chifres pode me render uma grande indenização, como aconteceu no RJ, a mulher vai pagar ao ex-marido um quantia de R$ 200 mil. É o que eu chamo de promoção, "trocando chifres em cifras"!

E nesse teatro da vida brasileira vou ficando aqui, trocando a minha Luneta pelo meus óculos escuros, chinelão e como diz a nova musica do Leonardo com o Zeca Pagodinho "latinha na mão, para esquecer". Afinal para esquecer mesmo todo esse picadeiro, é seguir o exemplo da ministra "Relaxa e gonga" ops, goza! goza! gozaaaaaaaaaa!!!!

sexta-feira, setembro 07, 2007

7 de setembro e o kiko?

Prometi a mim mesmo que dessa vez iria escrever algo bonitinho, nada triste, nada nostálgico, nada melancólico, nada revoltante com esse mundo de fantasias. Jurei que iria começar esse texto falando do intuito das minhas palavras, seriam de positivismo... então vou aproveitar que teve esse feriado de sete de setembro com um sol maravilhoso para mandar minhas saudações à esse povo.

Saudações então aos mendingos que estão pedindo dinheiro nos farois enquanto os motoristas se apressam para fecharem seus vidros, saudações ao Mensalão e suas faturas pagas com o dinheiro das contribuintes aposentadas, que esperam socorro e remédio para suas dores. Saudações ao Lula e seu "achismo" e aos seus "não sabia". Ops! Era algo positivo! Vou tentar novamente...

Sim o sete de setembro sempre lembra algo de bom. Não, não é a "patria" para essa poucos se importam, quem sabe cantar o hino nacional por inteiro, sem errar? Quase ninguém, o que se lembra mesmo, é que é feriado, um dia para relaxar porque temos tempo. E quem relaxa? Quem viaja? Então... Felicidades por mais esse dia que brilha e torra os miolos dos paulistanos que descem à praia para ver as barigudinhas das crinças jogando bola e atolando o cu de areia, das mães que estão tão cansadas do rotina que ainda sairam para pegar uma fila do caralho na padaria, porque sempre falta pão ou água?

Felicidades aos maridões que engordam com a cerveja beira-mar e depois vão roncar no sofá.

Perdemos tanto tempo comemorando com falso amor nacionalista, que me enche, afinal quando se fala em marcas de roupa, tennis ou outro produto qualquer, quais as marcas vem a sua cabeça? São nacionais? Não, nunca são... bandas e musicas nacionais tocam sempre de menos nas rádios, que existe até decreto para uma tal porcentagem nas rádios destinada a música nacional. Porque nem a ilusão de amor me faz feliz? Não sei, era para ser positiva a mensagem hoje, mas a verdade é que a única coisa que eu queria nesse feriado era um produto assim, sem complicações, ou com um decreto bem facinho, sem nacionalidade, sem falso amor a nada.

Quero sim um sete de setembro mais independente de mim e do meu mal humor, porque tudo me lembra que eu poderia estar ao lado dessa família que desceu para sofrer, beber, comprar pão e encher a lata de cerveja. Quero um sete de setembro como um carnaval ou até mesmo o ano novo. Porque na verdade eu estou cagando e andando para as datas, bom mesmo seria ter meu produto ao lado, brincando comigo e me dizendo que a realidade não dói, o Brasil vai melhorar, que as famílias são felizes e que seriam enternas nossas juras de amor. Talvez isso seja um falso amor também e logo não me faria bem.