Minhas verdades

Queria escrever algo novo, tenho eu em mãos vários textos para passar para o digital, mas meu saco em reler a mim mesmo não esta muito grande, e eu sempre digo que odeio ler a mim mesmo. Nos últimos meses minha sede pelo inesperado esta maior. Então nada melhor que começar esse texto de uma forma inesperada.

Não! Falar de amor é previsível, falar da dor que eu sinto pelas crianças que estão agora na chuva pedindo dinheiro nos faróis é um tanto quanto caótico, falar dos meus amigos já é um assunto batido, falar sobre minha família? esquece! Meus últimos textos foi sobre a morte do meu pai!

Então falar sobre oquê? quem? Sair do egoísmo da minha introspecção será uma tarefa tão complicada que já chega me dar dor de cabeça antes mesmo de começar, sim minha melancolia é um fato, e ninguém pode alterar isso, o futuro me assusta e meu desejo pelo incerto é o mesmo desejo que sinto pelo quindim da padaria que chega estar verde de bolor, é ZERO! E veja a grande diferença entre o incerto e o inesperado!

Saber, sentir e viver... três palavras que tem me feito pensar muito, aquilo que eu sei eu tento descobrir por mim mesmo, mas isso não basta e estava falando com a amiga do meu pai, incrível como sem nenhum contato com ele, entre cada conversa, ela me diz das nossas semelhanças e acho isso estranho, revendo a agenda dele percebi que ele gostava de citações, enquanto eu prefiro e tenho como meu mestre maior Oscar Wilde, ele prefere Sartre e entre acreditar nas intenções das pessoas, tanto eu quanto ele dizemos a mesma frase e nunca vi ele pronuncia-la... Qual frase? "Acredito em minhas verdades"...

Ele dizia o mesmo que eu... ou será que eu digo o mesmo que ele? Tanto faz... a verdade que me incomoda é essa, meu egoísmo em ser eu mesmo a ponto de duvidar de qualquer outra verdade além da minha, afinal as pessoas falam, mentem, se condenam, e então porque acreditar em algo que não venha de dentro de mim mesmo? Porque querer acreditar que fatos externos? porque acreditar no lula e em seus achismos se ele no fim das contas nunca sabe de nada! Porque acreditar que a inflação não existe, acreditar que as pessoas são felizes e o mundo é perfeito? quando a dor delas é exposta em sorrisos amarelos e lágrimas que rolam numa cama solitária?

Não sei ... eu posso ser o grande egoísta da minha história, posso crer em minhas verdades e nada vai mudar o fato de que elas que me salvam de um povo hipócrita e do apontamento de uma sociedade onde todos estão condenados a ser aquilo que o padre deseja ou a mídia de uma novela da globo expõe como sendo natural. Acredito que a vida vai além.

Além daquilo tudo, a arte não imita em nada a vida, o final feliz para os bons e o fim trágico para os maus, o céu e o inferno apregoado pela igreja ... não definitivamente eu não consigo ver a humanidade condenada a uma manipulação de dois times os certinhos e os erradinhos... sim os bons estão no inferno e os maus estão vivendo no paraiso, nem que seja o paraíso fiscal, mamando nas custas dos outros que se phodem de trabalhar e pagar seus impostos ou daqueles que estão cercados de ódio pela mancha de serem incompreendidos.

Ironia ou não esse é só mais um texto em que tento olhar o mundo e acabo olhando o meu universo particular e expondo minhas opiniões e mais uma vez sendo um egoísta que olha para o próprio rabo, fato é ... mas é a minha verdade é essa eu vivo assim... acreditando nas minhas verdades e me protegendo dos bons e fugindo dos maus e nada mais posso fazer!