Estava eu fazendo uma dessa faxinas nos armários, dessas em que só fazemos quando estamos de mudança, e achei uma foto bem antiga, de um garotinho por volta dos seus 6 anos de idade, era a minha foto!
Derrepente me bateu uma nostágia, uma saudade de uma época em que minhas únicas preocupações eram "tirar um C" para passar de ano e comprar um doce no buteco antes da aula. Parei com saudade de mim, em algum momento eu havia matado aquele garoto, que aos 6 anos pegava um carro de plástico de 45 cm e descia uma ladeira sobre ele, aquele garoto que quando brigava com alguém pegava seu radinho de pilha fugia para o telhado e deitava ouvindo tecno e contemplando a Lua, aquele garoto que tinha uma árvore e subia nela se escondendo para chorar e quando estava feliz segurava firmemente a corda de seu balanço e sentia o vento.
Derrepente parei para me perguntar ... "onde estava aquele garoto?" Foi quando respostas vieram à minha mente, como num passe de mágica, gritando apavarosamente.... Era a vós da minha conciência que não me deixou, culpar-me pela morte daquele garoto. Ela dizia que se antes aquele garoto mantinha um distanciamento das pessoas adultas, dos problemas e ainda assim era feliz. hoje continua a manter um distanciamento de tudo e de todos, porque aprendeu...
Aprendeu que não importa o quanto ele se importe e sofra com algo, o mundo não vai parar de girar e que simplesmente outras pessoas não vão se importar. Aprendeu a gostar do Rock, Jazz, Blues e até se arrisca ouvir musica francêsa as vezes, mas o seu rádio ocila entre o MPB e a rádio com musica de elevador. Aprendeu que quando esta com problemas já não vai mais ao telhado mas nem por isso deixou de apreciar a Lua, já não tem um balanço mas nem por isso deixou de sentir o vento, já não compra doces antes da aula e sim dá um drago no cigarro, já....
Ele cresceu? sim! Aprendeu? Também! Ele mudou e nem por isso morreu, sua essencia está viva, ele continua vivo, com sonhos, fantasias e com a mesma esperança de dias melhores... E para terminar aquele grito em minha mente começou a baixar a vóz de vagarzinho, de mancinho, baixinho falava um texto de Mário Quintana "Eu quero os meus brinquedos novamente! Sou um pobre menino... acreditai!... Que envelheceu, um dia, de repente!..."
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Um comentário:
Parabéns........lindo texto
bjus
David
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